segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Novo vestuário escoteiro

A UEB – “Escoteiros do Brasil” veiculou os valores para sua nova proposta de vestuário, que veio para substituir o atual traje azul-mescla. 
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Em decisão tomada na reunião do CAN (REU 68) com o apoio da ENIC (Equipe Nacional de Imagem e Comunicação) e com a aprovação da DEN (Diretoria Executiva Nacional), o vestuário mudou. Ciente da iminente mudança desde 2010, nesse meio tempo, as notícias dessa atualização vazam e a comunidade escoteira é tomada em fúria.

O novo traje, por sua vez, só é apresentado (e não votado) na assembleia nacional de 2013 para ao redor de 100 delegados. Os representantes da ENIC, conselheiros e dirigentes da associação aproveitam-se do fato e alegam que a “aceitação foi unânime”. Em compensação, as redes sociais, blogs, sites e os próprios associados que acompanhavam os efeitos de pirotecnia na apresentação online mostravam justamente o contrário. A uma parcela que não apoiava o desenho, unia-se uma ainda maior que não acatava a falta de transparência em relação à concepção do novo vestuário e, sobretudo, a falta de participação dos associados em um assunto que, além de despertar paixões, mexe no bolso de cada um deles.


Finalmente, a UEB – “Escoteiros do Brasil” veicula os preços do novo vestuário numa alegoria de peças publicitárias. Resoluções sobre vendas e usos do traje são deixadas para mais tarde.
 
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O novo vestuário é, de fato, bonito. Mistura a modernidade do corte com requintes vintage que nos remetem aos uniformes dos anos 80. O uniforme da modalidade básica, o cáqui, volta com força como a alternativa mais barata atualmente. Os que, à época, optaram pelo traje azul-mescla, possuem duas saídas: retornam ao cáqui e recorrem às costureiras para baratear a seu custo (na casa dos 80 reais) ou migram para o novo vestuário.

Os grupos ditos “carentes”, que usam a camisa com motivo escoteiro como opção de uniformidade, permanecem como estão: e é aqui onde este novo vestuário incomoda. Sendo um movimento inclusivo, esperava-se que os valores deste traje finalmente pudessem contemplar a todos, inclusive os “carentes”. Não foi assim.

Talvez o novo vestuário seja o estopim de algo que já deveria ter sido enfrentado de frente: a maneira de gerir a associação. São demasiadas comissões, demasiadas nomeações para um trabalho que tem se mostrado deficiente. As comissões e os comissários, longe de trabalharem junto aos associados, distanciam-se deles e acabam por distanciar toda a associação – o caso “novo vestuário” nos ilustra isso. Omitem a transparência, invertem o ônus da responsabilidade em prestar informação.
 
Referências : <http://cafemateiro.wordpress.com/2013/07/04/novo-vestuario-escoteiro-precos-e-cronica/>

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